e que acaba na boca de alguém.
Certa de que se vive para sentir, sempre busco quem possa comigo, à mesa, dividir toda sorte de poemas
- Ai que me vem à boca o gosto -
Bendito paladar louco por livros velhos, mofados e capazes, feito puta larga e frouxa mas que sabe se deitar na cama com majestade. Como por inteiro e repito ruminante os versos, a palavra mal acabada, lambo o beiço da poesia
- Ai que cai assim letra em mim -
E meus arautos são os que comem comigo, são os que, em falas saboreadas me lambuzam, não nego a passionalidade de toda essa iguaria fina.
- Ai como são doces e dramáticos -
Estes, magos reais que comem este banquete-literatura-de-Platão, arrancando as carnes. Encontrando o mel.
- Ê, rapadura! -
Capitu traiu Bentinho, salve Machado de Assis! Mesmo que dê Naúsea, tome Sartre. Pão é amor entre estranhos, dá-me um pedaço, Clarice.
Rasguem a minha garganta.