Invisíveis cantos.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Urubu rei

Para você que me come  
e que acaba na boca de alguém.











Certa de que se vive para sentir, sempre busco quem possa comigo, à mesa,  dividir toda sorte de poemas
 - Ai que me vem à boca o gosto -
Bendito paladar louco por livros velhos, mofados e capazes, feito puta larga e frouxa mas que sabe se deitar na cama com majestade. Como por inteiro e repito ruminante os versos, a palavra mal acabada, lambo o beiço da poesia
- Ai que cai assim letra em mim -
E meus arautos são os que comem comigo, são os que, em falas saboreadas me lambuzam, não nego a passionalidade de toda essa iguaria fina.
- Ai como são doces e dramáticos -
Estes, magos reais que comem este banquete-literatura-de-Platão, arrancando as carnes. Encontrando o mel.
- Ê, rapadura! -
Capitu traiu Bentinho, salve Machado de Assis! Mesmo que dê Naúsea, tome Sartre. Pão é amor entre estranhos, dá-me um pedaço, Clarice.

Rasguem a minha garganta.

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O desconexo me elucida. Sinto um prazer de sábado quando sinto o aroma da loucura. Sei que não é fácil. Sei. Às vezes eu queria não saber e ter a benção da lucidez. No entanto eis-me aqui, forjada, leoa, musa de fogo. Ouro, olhar, branco, bracelete, unha vermelha.