Você é a criatura mais subversiva do teu país, Alice. Não falo das curvas das alças da xícaras tortas que bebe o teu chá mais amargo, nem da tua boca que carrega os filetes de dentes alinhados e coerentes e que mordem transgressoramente o pedaço de um bolo muito doce. Nem das luvas de pelica branca que usa para cuidar do teu jardim. Não é isso. Tudo isso seria muito pouco. Bico de corvo.
Você subverte logo o fio da navalha, o meio do caminho, o breu do abismo.
Você subverte a alma.
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