Invisíveis cantos.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Coma





Eu não sei escrever. Atrapalho-me toda na saliva da língua portuguesa. Sem destrezas portanto rabisco papéis de pão sobre a mesa. Nada de mais, só farelos. Sei que nunca vou alcançar o entendimento [e ninguém ousa dizer, xiu, li-te-ra-tu-ra dos homens] das grandes poesias. Mas gosto de vê-las daqui do meu cantinho, só olhar e sentir dentro do meu tamanho. Meus recados em papéis de pão, às vezes entrego, noutras, amasso e jogo fora. Quem iria ler tais linhas balbuciadas coração. Coisas minhas que insisto em repartir, o pão.



Pão é amor entre estranhos, obrigada Lispector.

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O desconexo me elucida. Sinto um prazer de sábado quando sinto o aroma da loucura. Sei que não é fácil. Sei. Às vezes eu queria não saber e ter a benção da lucidez. No entanto eis-me aqui, forjada, leoa, musa de fogo. Ouro, olhar, branco, bracelete, unha vermelha.