Invisíveis cantos.

domingo, 30 de outubro de 2011

Cabe o meu amor



Na escravinha do quarto, depois da cama e seu colchão de molas, tem uma gaveta. Sobre ela tem um abajour que lembra o boulevard iluminado numa noite qualquer de Paris. Talvez seja a luz que me leve pra lá.  ''Saiu o sol essa tarde em Paris beijos saudades '', mas nem sempre as nuvens me deixam ver de novo, respondo. O que importa é que há uma gaveta.
Sentada na escravinha eu escrevo cartas imaginárias.
Esse silêncio, esse silêncio.
Faço uma oração que não termina.
( P.S.: tem um espaço de sobra que fica ao fundo)
Desenho uma onda na praia, tem uns vinte anos que desenho a mesma onda. Rosana insiste em postar músicas que dizem alguma coisa, ela gosta de ouvir infinitamente.
Desenho um coração regardant ces peintures, croient y voir des batailles


Pronto.
Não há nada mais para guardar.
Coração põe na gaveta. Coração põe na gaveta. Põe na gaveta.

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O desconexo me elucida. Sinto um prazer de sábado quando sinto o aroma da loucura. Sei que não é fácil. Sei. Às vezes eu queria não saber e ter a benção da lucidez. No entanto eis-me aqui, forjada, leoa, musa de fogo. Ouro, olhar, branco, bracelete, unha vermelha.