Invisíveis cantos.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Chilrear



coisinha estranha era a voz fininha
daquela mulher inteira
ninguém entendia, tão fininha
e tão inteira
o que ninguém sabia é quando havia
finura tão fina
os pássaros voavam e os peixes escapavam
dos prados, das redes, dos cais
das mãos dos homens
coisinha estranha era a voz fininha
daquela mulher inteira
os cabelos não combinavam
nem o recorte do queixo
nem o caminhar
todo mundo estranhava o tamanho sonso
e a finura da voz tão fininha
sirene de ambulância, artista mambembe
tesão do talvez, salta a língua
ambulante, sonâmbula, proverbial
estridente e fininha

mas consolava.





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O desconexo me elucida. Sinto um prazer de sábado quando sinto o aroma da loucura. Sei que não é fácil. Sei. Às vezes eu queria não saber e ter a benção da lucidez. No entanto eis-me aqui, forjada, leoa, musa de fogo. Ouro, olhar, branco, bracelete, unha vermelha.