Invisíveis cantos.

terça-feira, 4 de março de 2014

Quase na frente dos olhos


estive no entreolhar de minha mãe e de meu pai, na bilheteria do cinema, estive também no carreto carnavalesco que carregava os sonhos de meu avô, fui a timidez de minha avó. Minha filha me carrega no pulo da lagoa. Mel e abelhas estiveram comigo no alto daquela montanha antiga, fui o grito de dor no pássaro que não conseguiu voar. O mar quando se abriu estava no meu peito. Eu sou a espera da semente no intervalo da flor e o nada da semente seca. Não há paredes que consigam oferecer casa ao tempo ( feito que é lugar, local e não memória). São dez horas de um verão escafandro

e há rachaduras infinitas.







Estava entre as torres e o homem. Eu e ele.
E no instante, partiu-se o rio escuro da memória
E um ruído de claras persianas
Invadiu-nos o peito e os ouvidos.
Eram ares perdidos retornando. Grandes pássaros,
Asas e rumo de obelisco. E de prumo era o vôo.
Grande vôo, cobrindo-nos o peito e os ouvidos.
Veio um silêncio feito de altas ramas
E as mãos se abriam sem estupor antigo.
Era além do pudor o peito em chama.
(trajetória poética do ser, h.h)

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O desconexo me elucida. Sinto um prazer de sábado quando sinto o aroma da loucura. Sei que não é fácil. Sei. Às vezes eu queria não saber e ter a benção da lucidez. No entanto eis-me aqui, forjada, leoa, musa de fogo. Ouro, olhar, branco, bracelete, unha vermelha.