Invisíveis cantos.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Desquerer

Irei um dia ver meu mar na curva do rio? Ou apenas rolarei para ele à noite, em silêncio: o golfo do México é uma eternidade.
Jack Kerouac




Tudo bem, meu bem, já amanheceu e ainda não morremos, o que é linha sub-reptícia. Pego ainda a mesma xícara de café e sou castigada pelos mesmos uivos. Era noite e eu não te via, montado em teu cavalo descendo no escuro, numas aguadas ( eu era sereia e sabia). Mas não usei minhas nadadeiras atrás de você, usei vasta os seios guarda-sóis feitos na solidão de toda mulher. Os homens de bem me perguntaram o que foi feito da vida. Ela está parada, perdida na minha boca e que o melhor é partir. Saiba que quando estou contigo não sou vista. O que está aos olhos é sempre aquela outra se não eu. Sou hoje todos os meus nomes perecíveis nula palha vento fava candeia.  Mas é certo que sempre na dura hora, a agitação das águas, chama é o meu nome.
E a morte não me mancha.




                                         Então sou Eva
                                  a primeira mulher do mundo.




                                     .

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O desconexo me elucida. Sinto um prazer de sábado quando sinto o aroma da loucura. Sei que não é fácil. Sei. Às vezes eu queria não saber e ter a benção da lucidez. No entanto eis-me aqui, forjada, leoa, musa de fogo. Ouro, olhar, branco, bracelete, unha vermelha.