Invisíveis cantos.

terça-feira, 13 de julho de 2010

De felicidade e de conjura


Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.


Marc Chagal



A vida se mostra certa mais uma vez em minhas linhas tortas. E o que posso dizer é que estou em estado de felicidade. Tanto quanto uma criança é feliz brincando a roda. Tanto quanto uma preguiça é plena dormindo a planta favorita. Posso enfim descansar. Poucas pessoas entendem do que estou tentando dizer. Mas as que tocam minha palavra em fios de sentimentos ousam suspirar meu sorriso. Meu sorriso em você. Há tanto tempo você vinha comigo, há tanto tempo você do meu lado me olhava. Meus olhos, que hoje, encantados vão, nos teus. Agradeço aos cílios teus que delicadamente me piscaram beijos. Eu te beijo em cílios também, amor meu. Sei que estou tentando colocar aqui o in-indizível. E, como já disse em precisão, as palavras estão no céu. É muito difícil suportar essa felicidade toda, não é? Esses medos todos nos salvando de explodir. Felicidade explode peito e, o nosso, está tão vivo... tão vivo. Nosso adeus à morte. Nunca mais morreremos noites. Estamos juntos manhãs. Teu cheiro em mim. Minha boca em tua língua-escrita. Teu sono em meus olhos.  Eu preciso de você sem exigências assim como aceito em você o que me é dado. Espaços nossos tomados por nós. Só nós. O eu e você inteiro. Penso que é nessa palavra exata que quis chegar: inteiro. Ei, coração, teu compasso está no tom da minha mais linda canção de amor. Deixa tocar.
Eu me sinto, às vezes, tão forte que queria me debruçar sobre teu peito enquanto o mundo me comove. E assim posso buscar no céu todas aquelas palavras e te dizer em olhar, no silêncio que é como você me ouve.
Também é preciso que eu fale da voz, da tua. Você me fala  em calma, me diz  em tranquilidade e eu deito a cabeça no teu ombro para olhar o horizonte, meu mar de dentro apaziguado [paz na água], e tudo passa enquanto estou assim em você, tudo passa. E quando você desliza os dedos nos meus cabelos em cuidados, sinto meu corpo todo voltado para as tuas mãos numa constante e imensa força de paz. Você, a minha paz. Você, o meu descanso. Você, o amor que sonhei para mim.

Vem, não demora, deita no colo meu.







Um comentário:

  1. Preciso dizer que me apaixonei pelo jeito que você escreve...

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O desconexo me elucida. Sinto um prazer de sábado quando sinto o aroma da loucura. Sei que não é fácil. Sei. Às vezes eu queria não saber e ter a benção da lucidez. No entanto eis-me aqui, forjada, leoa, musa de fogo. Ouro, olhar, branco, bracelete, unha vermelha.