Lava-me
Água
Lava-me
O ventre, as ancas
Cintura e delta
E as cheias
Fartas
Fonte descuidada
Altivez de gotas
Meu existir líquido
Quente textura de um rochedo
Lançam as águas,
Sobre mim, o sopro
Cobrem-me de recuos
De rios
Sou pedra e móvel
Etérea, imperfeita
Raízes fundas que tocam
As fontes
Bebe-me água
Respira meu sangue
O meu leite da carne
Transborda
Ao teu fluxo
Me estendo
Percorro encantada
Escorrendo
Lava-me
Invisíveis cantos.
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Quem sou eu
- Fabiana
- O desconexo me elucida. Sinto um prazer de sábado quando sinto o aroma da loucura. Sei que não é fácil. Sei. Às vezes eu queria não saber e ter a benção da lucidez. No entanto eis-me aqui, forjada, leoa, musa de fogo. Ouro, olhar, branco, bracelete, unha vermelha.
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