Invisíveis cantos.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Água-me

Lava-me
Água
Lava-me



O ventre, as ancas
Cintura e delta
E as cheias
Fartas

Fonte descuidada
Altivez de gotas
Meu existir líquido



Quente textura de um rochedo



Lançam as águas,
Sobre mim, o sopro
Cobrem-me de recuos
De rios


Sou pedra e móvel
Etérea, imperfeita
Raízes fundas que tocam
As fontes



Bebe-me água
Respira meu sangue
O meu leite da carne
Transborda


Ao teu fluxo
Me estendo
Percorro encantada
Escorrendo


Lava-me

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O desconexo me elucida. Sinto um prazer de sábado quando sinto o aroma da loucura. Sei que não é fácil. Sei. Às vezes eu queria não saber e ter a benção da lucidez. No entanto eis-me aqui, forjada, leoa, musa de fogo. Ouro, olhar, branco, bracelete, unha vermelha.