Invisíveis cantos.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Meus morcegos
Hoje, estou num dia "desses". Um dia em que insisto em me encontrar.
Já tentei de todas as formas evitar esse encontro, nada. Nada evita,
em qualquer lugar que eu entre, lá estou, me vejo. Estou me
perseguindo desesperadamente. Uma ânsia única e voraz que me consome.
Lembrei-me dos cálidos morcegos cegos.
Os morcegos se escondem nos telhados escuros. São cegos, imaginem,
nada poder ver. À noite, se recolhem ritualisticamante nos telhados,
escondidos da vida. Mas onde se escondem os homens? Onde me escondo? A
óptica de um morcego-homem, transmutada. Eu.
Vivo voando a vida inteira no escuro, chocando-me contra as paredes
brancas do amor. Dói. O choque.
Estes morcegos chupam o nosso sangue.
Já busquei meu travesseiro, deitei nele minha vida ofendida.
É.
Acho melhor eu conservar os meus morcegos entre minhas paredes, debatendo-se
cegos.
Cegos como nós.
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Quem sou eu
- Fabiana
- O desconexo me elucida. Sinto um prazer de sábado quando sinto o aroma da loucura. Sei que não é fácil. Sei. Às vezes eu queria não saber e ter a benção da lucidez. No entanto eis-me aqui, forjada, leoa, musa de fogo. Ouro, olhar, branco, bracelete, unha vermelha.
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