Invisíveis cantos.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Nuvens




Estou experimentando o cinza. Nunca gostei dessa cor. Gosto muito do
prata e do seu brilho de metal frio mas do cinza eu sempre fugi.
Evitava sustentar o olhar com aquela cor que ousava ser chumbo. Peso.
Intervalo. O cinza é o intervalo da cor. De uma cor a outra lá esta
ele, audaz, o cinza. Grande vontade de acréscimo e continua lá, nu, o
cinza. Ele é tediosamente nu.
Eu estou cinza ou, suportando ser cinza. Ah, não se enganem com
aquelas pessoas que dizem:' Eu gosto do cinza!'. São as que mais lutam
com a nudez.
É certo que isso é cultural, as tribos nunca usaram essa cor
repugnante pra expressar nada. Talvez soubessem do segredo que deve se
manter intacto. Só que agora eu quero. Quero o meu segredo.


Vou me despir.


O cinza é uma violentação extrema.

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O desconexo me elucida. Sinto um prazer de sábado quando sinto o aroma da loucura. Sei que não é fácil. Sei. Às vezes eu queria não saber e ter a benção da lucidez. No entanto eis-me aqui, forjada, leoa, musa de fogo. Ouro, olhar, branco, bracelete, unha vermelha.